O cheiro da terra molhada animou-me. A recordação do que quero arquivado tinha-me assaltado por momentos mas depressa o vento fresco que se segue ao aguaceiro levou-a para longe, apenas deixando uma réstea de desilusão.
Paciência.
A vida segue.
Tem de seguir.
Chego a casa e ouço Jorge Palma.
O som do piano sossega-me os pensamentos e as fotos do mar revolto que vejo na net trazem-me uma ilusão de cheiro a sal e salpicos de espuma a cair-me na pele.
Estou em paz.
Agrada-me a ideia de finalmente ter alcançado a liberdade no meio de um lugar em que essa palavra parece ser desconhecida.
Sinto-me leve como há muito tempo não me sentia.
É tão bom reconciliar-me comigo mesma!